O custo de vida do estrato social mais pobre da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) aumentou exatamente o dobro do que o do mais rico, em 2020. É o que mostra a pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Enquanto a alta foi de 6,54% para a classe E entre dezembro de 2019 e o mesmo mês de 2020, ela ficou em 3,27% para a classe A.
Foi a classe D, no entanto, que experimentou o maior aumento dos preços no seu orçamento: 6,76%. Dela em diante, conforme se sobe entre os estratos, a taxa cai: 4,68% para a classe C e 3,44% para a classe B.
Para a Federação, a principal explicação para isso está na inflação dos preços dos alimentos, que também foi quase duas vezes maior para os mais pobres: enquanto registrou crescimento de 15,32% para a classe E, foi de 8,85% para a classe A. O mesmo se vê nos dados dos demais estratos: 15% de alta para o orçamento da classe D; 11,24% para a C; e 8,08% para a B.
Os estratos de renda mais baixas sentem os efeitos da inflação dos alimentos com mais intensidade porque, neles, a distribuição das despesas familiares é mais concentrada. Além disso, em um momento de pandemia como o atual, são eles que tendem a aumentar a demanda por produtos alimentícios, já que passam a cozinhar ainda mais em casa.
No acumulado do ano, o custo de vida ficou 4,44% mais caro na RMSP, puxado principalmente pela inflação nos alimentos (10,90%).
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